quarta-feira, 30 de abril de 2008

Bandas que eu não gostava, mas agora gosto #1

A maioria das pessoas da minha faixa etária que ouvem rock começaram com Nirvana. Já eu comecei com Black Sabbath. Com isso, passei a repudiar tudo que não fosse metal ou hard rock. Só ouvia coisas daí pra cima. Quanto mais pesado melhor. Tinha que ter guitarras distorcidas, bateria porrada e um baixo que martelava o peito. E, claro, a banda tinha que cheirar a mofo (da década de 80 pra baixo). E, com isso, eu repudiava o Nirvana - apesar de o primeiro disco da banda ser de 1989.
Peguei esse repúdio da própria "galera do metal", que na grande maioria tem nojo da banda. Mas hoje em dia eu não entendo o porquê de tanta repulsa. O Nirvana é (ou melhor, era) tudo que o rock tinha de bom: vocal gritado, guitarra nervosa, baixo marcadão e bateria potente. É uma típica banda de garagem, com elementos punk, rock'n roll, hardcore e afins. Mas por que eles causaram tanto ódio? Acho que foi porque eles foram os responsáveis pela quase-morte do metal. No início dos anos 90, quando o Nirvana ganhou o mundo, as gravadoras só queriam bandas grunge (termo que, pra mim, é indefinido até hoje). Com isso, o metal perdeu um espaço absurdo, e só não morreu de vez graças a bandas que resistiram, como o Pantera e o Sepultura. O Nirvana abriu espaço para várias bandas grunge (que, por sinal, tinham sonoridades muito diferentes, por isso que não entendo esse rótulo), como ALice in Chains, Pearl Jam e Soundgarden.
De uns 3 anos pra cá meu ódio pelo Nirvana sumiu, e passei a respeitá-lo. Inclusive comecei a gostar de músicas que eu abominava. Há uns 2 meses atrás, resolvi baixar o primeiro álbum da banda, Bleach - é o que eu sempre faço quando quero conhecer uma banda -, ouvi e gostei muito. Inclusive, fiquei surpreso com o peso de algumas músicas, como Negative Creep, que, analisando friamente, é METAL! Então, baixei o segundo, Nevermind, e gostei mais ainda. Agora, ouço a banda com frequência, e em breve pegarei os outros álbuns, inclusive o acústico, que eu sempre achei bem legal por ser bem honesto.
É, as coisas mudam.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Too gothic to rock'n roll

The Cult é uma banda que surgiu inovando. Era uma grupo "muito gótico para o público em geral, muito heavy metal para os góticos e muito progressivo para os punks".
Mas foi no terceiro trabalho, Electric, que a sonoridade da banda mudou de vez para o hard rock. As guitarras são AC/DC puro, mas o vocal de Ian Astbury firma a identidade do Cult. Melodias maravilhosas, tudo muito simples e direto, fazem de Electric um disco facílimo de ser ouvido mais de uma vez seguida.
A mudança de sonoridade da banda ficou a cargo do super-competente Rick Rubin, um produtor musical que é muito famoso por ter produzido excelentes álbuns, entre eles:
  • Os primeiros do Danzig, (dos quais falarei em breve)
  • Reign in Blood, o clássico absoluto do Slayer (1986), além de muitos outros discos da banda
  • Ballbreaker, do AC/DC (1995)
  • Todos do System of a Down
  • Californication e By the Way, do Red Hot Chilli Peppers (1999)
  • Muitos do Johnny Cash
  • Armed Love, do International Noise Conspiracy
  • Está produzindo o polêmico disco novo do Metallica.
Destaco as músicas Wild Flower e Love Removal Machine. E ainda temos um cover interessante para Born to be Wild.
Esse vale a pena ouvir.

Baixar Electric

domingo, 27 de abril de 2008

Racional III

Racional III

Foi uma grande surpresa quando vi que existia o volume 3 do fantástico Tim Maia Racional.
Na verdade, não é uma versão oficial, e sim algumas músicas inacabadas perdidas no tempo, que foram recuperadas e colocadas na internet (pois nenhuma gravadora quis lançá-las). Tanto o nome do disco quanto o nome das músicas foram escolhidos por Eduardo Marote, o produtor musical responsável pela restauração e divulgação desse trabalho.
Vale como curiosidade para os fãs dos volumes 1 e 2.
Baixar

Link e informações retiradas do blog Clube do Rock
Ler artigo completo com links para baixar os 3 discos

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Pedreiro

O Stoner é um estilo que é definido pelo próprio nome. Ok, "stoner" não significa pedreiro, mas é uma boa definição para ele.
É um dos estilos que mais me agradam, pois é tudo aquilo que eu gosto: guitarras pesadas, vocal rasgadão e bateria/baixo dando peso absurdo às músicas. O mais interessante é que o stoner não precisa ser rápido pra ser pesado. As músicas "arrastadas" dão conta do recado.
O pai do stoner foi, sem dúvidas, o Black Sabbath, que também criaram o heavy metal e, junto com isso, abriram as portas para todos os outros estilos do metal e rock pesado. Basta ouvir Iron Man ou Under the Sun para tirar qualquer dúvida.
Algumas bandas seguem o stoner ao pé da letra, com músicas que apedrejam seus ouvintes. Posso citar o Orange Goblin, Kyuss e o Spiritual Beggars.
Já outras bandas deixam sua sonoridade mais versátil, misturando alguns elementos de outras sonoridades. Exemplos nítidos são o Queens of the Stone Age e o Clutch.

Ecleticismo rules

Ouvir música e não ter a vergonha de ser feliz.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As Portas - O Filme


The Doors foi uma banda muito importante dos anos 60. É daquelas que você ama ou odeia. A levada viajante, combinada com as letras malucas de Jim Morrison, faz a banda ter uma sonoridade única. E sua história é mostrada com maestria nesse filme dirigido por Oliver Stone.
Do início ao fim, parece que você está chapado, pois o filme tem uma atmosfera muito lisérgica, com diálogos quase filosóficos e paisagens distorcidas. Val Kilmer encorporou Jim Morrison de tal forma que, mesmo depois das filmagens, ele continuou se vestindo e agindo como ele por quase um ano.
Fato curioso: Ian Astbury, vocalista da banda The Cult, foi cogitado para o papel de Jim Morrison. Em 2002, o próprio saiu em turnê com a banda Riders on the Storm, ao lado do tecladista Ray Manzarek e do guitarrista Robby Krieger, integrantes originais do The Doors.

À esquerda, o poster do filme, com Val Kilmer. À direita, uma foto de Jim Morrison.

Black Sabbath - Born Again

Desde que comecei a ser um ouvinte assíduo de música, o Black Sabbath é uma das minhas bandas preferidas. E não só a "fase-Ozzy", mas todas as outras, principalmente a "fase-Dio", que contava com meu vocalista preferido: Ronnie James Dio. Mas a fase mais controversa e, talvez, a mais surpreendente, é a "fase-Guillan", que contou com ninguém menos que Ian Guillan, do Deep Purple, nos vocais. A entrada do mestre dos agudos na banda mais pesada da história foi engraçada: o guitarrista Tony Iommi estava enchendo a cara num bar junto com Ian Guillan. Do nada, ele pergunta: "E aí, Guillan, minha banda está sem vocalista. Tá afim de cantar?". Ele disse: "Ué, por que não?". Isso foi em 1983, pouco depois da primeira saída de Dio (que voltaria ao Sabbath em 1992 pra gravar o Dehumanizer e sair pouco tempo depois) e do rompimento temporário do Deep Purple.
Com isso, Guillan gravou um disco com a banda: Born Again. A sonoridade é muito diferente de qualquer outro disco que o Sabbath tinha gravado desde então. É um disco muito cru, com uma gravação pouco produzida, mas que tem uma atmosfera bem pesada. E contém uma das músicas mais destruidoras da história: sim, aquela que deu o título do disco, Born Again. É uma música lenta, de certa forma calma, mas ao mesmo tempo muito intensa. O vocal de Guillan fez um trabalho espetacular, com agudos dignos de sua fama e potencial na época. A letra é um atrativo à parte: fala de um cara que está em seu quarto,e de repente recebe a visita do capeta. Nada mais metal que isso.
Ouçam e tirem suas próprias conclusões.

Black Sabbath - Born Again (Unmixed Demo) - apenas o áudio


As you look through my window
Deep into my room
At the tapestries all faded
Their vague and distant glories
Concealed in the gloom
The icy fingers of forgotten passions
Softly brushing my lips
At the tips of my primitive soul

As you look through my door
Deep into my room
Can you feel the mighty wall of power
Its waiting, waiting in the gloom
The distant shadows of forgotten champions
Those who live in me still
And will rise when we challenge and kill

Born again
Youll be born again

Look at this prince of evil
Fighting for your mind
Fighting all the priests of shame
For the thrust of my challenge is aimed
At the hearts of mutant gods
Who think were all the same
Theyre controlling our minds
And they use us for fortune and fame

As you look through my window
Deep into my room
At your future and freedom
The grey and plastic retards all floating in circles
And as you taste the fruits of new sensations
Softly brushing your lips
As we rise when we challenge and kill

Born again
Youll be born again

If you want to be king for a day
Just do what I say

Everybodys got to think like a hunter
Just search for your prey

Be alive through the night and the day
Just do it my way

Em 1984, Guillan ressucita o Deep Purple com seus então ex-companheiros de banda, e consequentemente, sai do Black Sabbath.

Michelangelo

Michael Angelo é um guitarrista virtuose. O cara toca MUITO rápido. Sua técnica é absurda. Até aí, nada de novo. Mas, alguém já viu um guitarrista ambidestro? Eu não falo em simplesmente conseguir tocar com guitarras de destros e guitarras de canhoto, eu falo em tocar COM AS DUAS MÃOS AO MESMO TEMPO.
Eu não costumo ouvir músicas de guitarristas virtuose, mas eu gosto muito de vê-los tocando. E esse cara é bizarro. Ele é um monstro. Puta que pariu.
Nesse vídeo ele manda té um trechinho de Purple Haze do Jimi Hendrix e Crazy Train do Ozzy.

domingo, 20 de abril de 2008

E, naquele carnaval...

Ano de 2007. Fui pra Guriri no carnaval. Fiquei na casa de uma tia, mas iria me encontrar com vários amigos por lá.
Muita bebedeira e muito funk e axé na orelha. Depois de uns 3 dias na cidade, logo após eu acordar, encontrei um micro system na casa. Arrastei-o para meu quarto, coloquei o Division Bell do Pink Floyd pra tocar e me joguei no chão. Acho que um disco nunca me desceu tão bem quanto naquele dia. O contraste daquelas músicas em relação àquela lavagem cerebral que ouvi naqueles 3 dias foi intensa. Foi uma coisa quase orgásmica. Depois daquele, ainda ouvi o Vivid do Living Colour e o Orgasmatron do Motorhead. Mais tarde, saí com meus amigos pra beber na rua, onde estava tocando axé e funk até o talo.
Foi uma manhã de carnaval muito interessante.

Zakk Wylde - O Livro das Sombras

Quando se fala em bons guitarristas da atualidade, um dos primeiros nomes que podemos citar é Zakk Wylde. Apesar de ele estar na ativa desde a década de 80 ao lado de Mr. Madman, Ozzy Osbourne, ele marcou a nova geração por se destacar tanto na carreira de Ozzy quanto com sua banda, o Black Label Society. Mas, nos primórdios da Sociedade do Black Label, ele gravou um disco inteiro de baladas, com influências southern. Talvez seja seu único disco em que ele não tente imitar o vocal de Ozzy, por isso que merece destaque. Praticamente não há peso, nem novidades. Ele não faz nada de novo aqui. Ele não inovou nada. But, who cares, dude?
Aqui se vê muita qualidade em questão de composição. Violões se misturam a guitarras, que fazem solos muito bonitos e envolventes. Como já dito, praticamente não se ouve peso nas músicas, coisa que não foge muito da realidade de Zakk. Afinal, o que não falta em sua banda solo são baladas.
Book of Shadows é um ótimo disco pra curtir após uma ressaca.

Baixar o disco

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Anos 2000 e uma odisséia no espaço musical

Sim, há bandas surgidas na década de 2000 que gosto muito. Pra não perder o costume, vamos a uma pequena lista:

A Perfect Circle
Já falei dessa banda em um post anterior. É a minha classificação de "neo-progressivo". Sonoridade complexa, densa, técnica, com muita identidade e, por incrível que pareça, não é chato. Algumas músicas tem bastante peso, outras ficam mais nas melodias suaves, com o baixo sempre marcando forte presença, e o vocal de Maynard fazendo sua função de maneira ipecável. Aliás, toda a banda é muito competente, ganhando muitos ponto por isso.

Damageplan
Após sair do Pantera, Dimebag Darrel montou o Damageplan, fazendo o que fazia de melhor: mutilar nossos ouvidos com riffs de guitarra certeiros. Vinnie Paul, baterista do Pantera, também estava na banda.O Damageplan é a definição perfeita de "Metal Moderno", mas nada de hip-hop. Muita melodia e peso se misturam nessa banda fantástica, que infelizmente só lançou um único disco, devido ao assassinato de Dimebag.

Rebel Meets Rebel
Um projeto gravado antes da morte de Dimebag, e lançado pouco tempo depois dela. Dimebag se juntou com ex-colegas de Pantera mais o "country-man" David Allan Coe e gravaram um disco de country-metal. Sim, é praticamente um Matanza versão metal! É muito bom, mas muito bom mesmo. Uma sonoridade original, pesada, e que fede a esterco de boi. Foda!
Baixar o disco

Mastodon
Banda de metal com um estilo insano e diferenciado. As músicas têm uma levada pouco constantes, o que torna a banda difícil de ser digerida em uma primeira audição. Já teve participações de Josh Homme (QOTSA) e de Cedric Bixter-Zavala (The Mars Volta).

Audioslave
Citei no post dos anos 90. Sâo os remanescentes do então falecido Rage Against the Machine com Chris Cornell no vocal. A sonoridade lembra o RATM em alguns aspectos, mas a ausência do vocal de Zack de LaRocha faz com que seja praticamente impossível fazermos referência à falecida banda. A bateria tem uma certa levada Led Zeppelin, o baixo segue uma linha bem simples e direta, e a guitarra esbanja energia. DO peso à calmaria, o Audioslave é uma banda boa de ouvir.

Cuelho de Alice
Um projeto do vocalista das Velhas Virgens, Paulão. Como eles mesmos se descrevem, é "música densa e pesada cantada em ´português". Mas a influência blues da banda original de Paulão não se faz presente nesse projeto. O que ouvimos aqui é um rock mais pesado, com uma levada mais rápida e algumas influências de música brasileira. O guitarrista já tocou na banda progressiva O Terço e já foi técnico de som da Rita Lee. O Baterista dá aaulas e já tocou vários estilos diferentes. Isso dá à banda uma sonoridade bem variada, com muitas influências. E o baixista? É o próprio Paulão.
Vale a pena entrar no site dos caras e baixar todas as músicas de grátis gratuitamente sem pagar nada.
Site

Beyond Fear
Descrição rápida: banda de Tim Ripper, ex-vocal do Judas Priest e, recentemente, ex-Iced Earth. É metal pesado.

Lordi
Mais uma banda com integrantes fantasiados. Mas o Lordi me agradou pelas músicas certeiras, com instrumental puxado do heavy metal tradicional e melodias vocais grudentas. A Finlândia nos dá algumas ótimas bandas, e essa é mais uma.
Álbum Get Heavy (2002) -> espere a contagem regressiva, coloque o código e baixe. Cuidado com as propagandas de putaria.

Matanza
Uma das minhas bandas preferidas. Johnny Cash + hardcore = Matanza.

White Stripes
Lançaram o primeiro disco em 1999, mas se destacaram nos anos 2000. Um formato de banda inusitado e pouco comum no mainstream atual: apenas um vocalista/guitarrista/pianista e uma baterista. O mais interessante do White Stripes é que Meg White é uma baterista medíocre, que toca toscamente, praticamente só usa o bumbo e os pratos, mas o som fica muito legal. É algo peculiar da banda, que, provavelmente, se a bateria fosse bem tocada e com muitos arranjos, o som não ficaria tão original.
Jack White tem influências nítidas do rock/blues dos anos 50/60. As músicas não tem arranjos mirabolantes nem complexos. A simplicidade dá o chame da banda, que é uma das mais legais da atualidade.

Dead Cockroach
Uma lenda do New Metal colatinense, tinha uma menininha bonitinha de 1,50 metro que cantava como um porco sendo morto.Virou lenda por ter uma carreira curta, que se deveu graças ao duelo de egos da vocalista com o guitarrista emo-gay.

Skank - Maquinarama/Cosmotron

Meus dois discos preferidos do Skank.


Maquinarama já começa bem na capa e encarte: um cadillac coloridão e várias fotos bem "estrada".
As músicas são bem variadas. O reggae/dub já não está mais presente na sonoridade. As melodias são muito boas, com uma simplicidade absurdamente agradável, a maioria poderia virar hit de rádio facilmente. Mas o bom é que não é nada forçado. Aqui é tudo bem honesto, e de qualidade.
Baixar Maquinarama

Já o Cosmotron tem uma sonoridade um pouco diferente. Nota-se um amadurecimento da banda, com influências nítidas de Beatles, anos 60 em geral e até um toque leve do rock progressivo. As letras seguem a mesma linha, algumas bem lisérgicas (Supernova e Dois Rios, principalmente).
Foi um divisor de águas na carreira da banda.
Baixar Cosmotron