domingo, 28 de setembro de 2008

Purtuguêis

"Um idiota em inglês é bem melhor do que eu e vocês". Esse é o pensamento de muita gente. Música em português não presta, o negócio é cantar in english.
Ok, o inglês é um ótimo idioma para músicas, pois as palavras são fáceis de combinar, e fica bem em inúmeros estilos de som. Mas o português, se bem usado, causa o mesmo efeito. No blues, por exemplo, o Velhas Virgens faz perfeitamente na versão brasileira. O Ultrage a Rigor também tem letras muito legais, sem ter que usar idiomas gringos. Tanto é que a música Eu Não Sei é uma versão em português para Can't Explain, do The Who, e arrisco dizer que ficou no mesmo nível da original, sem perder absolutamente nada da musicalidade e nem do sentido da letra.
Algumas bandas conseguiram usar o português tão bem que, quando cantam em inglês, fica até meio forçado. O Skank, no cover de I Want You (Bob Dylan), ficou muito estranho. A versão em português, Tanto, é muito melhor.
Uma coisa que comprometeu a qualidade das bandas brasileiras na década de 80 foi a produção dos discos. Era uma gravação peculiarmente tosca, com aquela bateria caixa-bumbo e os instrumentos com um timbre bem fraco. Todas as bandas soavam parecidas e toscas. É só pegar o disco "Nós Vamos Invadir Sua Praia", do Ultraje, e comparar com as versões do Acústico MTV. A produção nova enriqueceu muito as músicas. E isso vale para outras bandas, que gravaram ótimas músicas que foram assassinadas por uma produção tosca. Talvez esse seja o motivo que faz muita gente não curtir as bandas brasileiras.
Deveríamos valorizar mais a música brazuca. Muitos conseguiram adaptar os estilos musicais gringos pro nosso idioma de maneira magistras: Tim Maia no soul/funk; Mutantes no rock psicodélico; Secos e Molhados no "MPB-rock"; O Rappa na sua mistureba de reggae; Gabriel O Pensador no rap; Vanguart no folk; e muitos outros.
Listen to música, cambada!

sábado, 27 de setembro de 2008

O DJ não toca nada

O DJ aperta o PLAY. Essa é a função desse aclamado profissional das festas. Qualquer idiota que saiba quais músicas a "rapaziada" está curtindo no momento pode ser um DJ. Quem fez o trabalho duro foram os músicos, que comporam e gravaram as músicas (apesar da qualidade duvidosa de muitas delas). O DJ pega essas músicas PRONTAS, coloca pra tocar e todo mundo paga pau pra ele. Justo? Pra mim não. Mas numa festa, o que importa é o "tuntz-tuntz" da música. Então, pra que colocar uma banda lá? Arrume uns 4 CDs de mp3 e pronto, a festa está garantida.
Não sou a favor do extermínio dos DJs. Pelo contrário, eles são essenciais numa festa. Minha crítica vai para a super-valorização desses indivíduos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The Great Gig In The Sky... Is Gone

Richard Wright
1943 - 2008



:-(

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

AME TEU VIZINHO COMO A TI MESMO

!
Ultimamente tenho ouvido muito uma banda, que pelo tipo de música, que a pouquíssimo tempo atrás simplesmente não aceitaria nem ouvir falar. Trata-se de um Trio brasileiro de "Rock Rural", termo associado a eles pelas misturas de rock a música sertaneja (não é sertaneja no sentido Zezé de Camargo de ser): Sá, Rodrix & Guarabyra.

A grande maioria das pessoas, quando ouve falar, pensa sempre em uma dupla sertaneja dessas mela-cueca que a gente conhece. Muita gente só conhece Sá & Guarabyra. Mas a dupla começou depois do final do trio.

Como trio, gravaram apenas 2 discos: Presente, Passado e Futuro (1971) e Terra (1972) e em 1973, Zé Rodrix sai do grupo. Em 2001, quase 30 anos depois da separação do trio, Zé Rodrix volta e gravam um excelente DVD: "Outra Vez na Estrada" e estão até hoje juntos.

Recomendo que procurem algo dos caras para escutar. Um pequeno detalhe que quase me passou despercebido: A música Casa No Campo que ficou famosa na voz de Elis Regina foi composta por Zé Rodrix.
¡

VEDDER, Eddie

Os anos 90 foram muito produtivos, e revelaram ótimas bandas. Muitas morreram naquela mesma década, já outras sobreviveram ao tempo e às críticas. Uma delas foi o Pearl Jam, um dos expoentes grunge de Seattle.
Fazendo um rock básico, mas não medíocre, a banda criou verdadeiros clássicos, graças à competência de todos os músicos. Mas neste post gostaria de destacar o vocalista, Eddie Vedder.

Diferentemente de Chris Cornell, Vedder é um excelente vocalista tanto em estúdio quanto ao vivo. Faço essa comparação pelo fato de os dois possuírem timbres muito parecidos na hora de cantar. Mas, diferente de Scott Stapp (Creed) e Seether, eles têm um motivo nobre para essa semelhança: cantaram juntos em uma banda chamada Temple of the Dog, então a semelhança não é à toa. Mas voltando à Eddie Vedder, sua energia nos palcos é muito legal, sempre passando um feeling muito forte em cada música.
Ele também é um ótimo guitarrista, mostrando isso, principalmente, quando faz um voz e violão. Isso pode ser ouvido em seu disco solo Into the Wild (2007): belas melodias com muito violão e pouca guitarra. Não há nada de novo aqui, não é um disco revolucionário, mas merece destaque pela sinceridade e qualidade. E o mais interessante é que este álbum foi composto para a trilha sonora do filme Into the Wild ("Na Natureza Selvagem"), a pedido do ator Sean Penn, que dirigiu o filme. Ainda não assisti o filme, mas se for tão bom quanto o disco ficarei muito satisfeito.

domingo, 7 de setembro de 2008

Piece of Cake

Essa é a prova de que é possível fazer um som pop sem ser pretencioso. Esses caras da Califórnia conseguiram encontrar uma identidade própria, colocando muita criatividade e qualidade em seus trabalhos. E em Fashion Nugget é possível ouvir a quanto eles são bons. As linhas de guitarras são leves (mas com um timbre bem peculiar). O baixo é simples, mas muito eficiente e bacana. A bateria idem. O vocal é um exemplo de entrosamento: ele se encaixa perfeitamente em cada música, com melodias muito boas e cativantes. E além de tudo temos alguns arranjos de trompete e teclado. Esse é aquele disco que dá pra ouvir duas vezes seguidas.
A música Italian Leather Sofa é o tema de abertura do desenho Mission Hill - que passava no Adult Swim do Cartoon Network, ao qual eu assisti muito ao chegar em casa bêbado nas madrugadas de sábado pra domingo. O momento inusitado do disco é o cover de I Will Survive, onde o Cake refez os arranjos, colocando a identidade da banda ao invés de simplesmente fazer uma versão idêntica à original.
Destaques: tudo. Pode ouvir sem medo.


sábado, 6 de setembro de 2008

Chicken Guitar

Buckethead foi criado por galinhas, e, em luto aos milhões de galináceos assassinados nos abatedouros, ele usa um balde de KFC (Kentucky's Fried Chicken) na cabeça, e a música de sua guitarra simboliza o grito de clamor de todos os seus familiares penosos que morreram. Tambpem usa uma máscara branca (que lembra bastante a do Michael Myers do filme Halloween).
Com uma história tão surreal e uma técnica instrumental ainda mais surreal, Buckethead é um sujeito, no mínimo, interessante. Multi-instrumentista e compositor compulsivo, lança pencas de discos em intervalos de tempo pequenos, além de possuir vários projetos paralelos - mais que o ex-Faith No More, Mike Patton, que, inclusive, já fez um show com Buckethead, mas o registro só existe em um bootleg mal gravado. Em 2007, por exemplo, lançou um álbum de 13 discos (In Search Of The), onde cada um é uma letra do título. E, além deles, lançou outros 4. Ficou muito conhecido quando, integrou o Guns'n Roses na época do Rock In Rio III - mas foi um reconhecimento negativo, pois as "viúvas" do Slash não gostavam dele. Buckethead também gravou a música Jordan pro jogo Guitar Hero 2, que é uma das mais difíceis de tocar; além de compor a trilha sonora para vários filmes, como Jogos Mortais II, Mortal Kombat e Power Rangers (a clássica música tema "Go Go Power Rangers" é de sua autoria).
Seu som mistura rock, metal, funk, jazz, eletrônico e muito experimentalismo. Apesar de possuir vários discos "malucos", temos alguns quase acústicos, com melodias belíssimas. Um prato cheio para quem gosta de uma boa música instrumental.
Abaixo segue uma seleção dos meus álbuns preferidos para download:

1994 - Giant Robot
Um disco que faz um tour pela Bucketheadland, um parque temático. Entre as músicas temos algumas pequenoas vinhetas, que dão o clima de parque de diversões. Aqui temos um dos clássicos do músico: a faixa 02 Welcome To Bucketheadland.

1998 - Colma
É o primeiro álbum "bonito". As músicas são mais leves, com pouca distoção na guitarra e melodias muito agradáveis. Ótimo para ouvir durante uma ressaca.

1999 - Monsters And Robots
Aqui temos uma de minhas músicas preferidas, Jump Man. E, na música The Ballad of Buckethead temos a participação de Les Claypool (baixista/voclaista do Primus), grande companheiro musical de Buckethead. Já gravou com ele um projeto chamado "Colonel Claypool's Bucket of Bernie Brains", além de participar de vários shows do Primus.

2001 - Somewhere Over the Slaughterhouse
Não é tão experimental, e é relativamente fácil de se ouvir.

2002 - Electric Tears
Assim como o Colma, é perfeito para curar uma ressaca.

2005 - Enter the Chicken
O único disco de Buckethead com vocais. Enquanto que nos outros tínhamos eventuais músicas cantadas ou com algumas falas, esse disco conta com a participação de vários vocalistas, entre eles Serj Tankian (ex-System Of A Down, atualmente em carreira solo). Um dos melhores álbuns.

2007 - Pepper’s Ghost
Um dos meus preferidos. Aqui temos músicas pesadas, mas também algumas no estilo do Colma e Electric Tears. Talvez seja o melhor disco para se ouvir.

E, de brinde, um vídeo bem insano da música Spokes for the Wheel of Torment:
VER NO YOUTUBE

Banal

De uns anos pra cá, a facilidade de gravar um CD ficou tão grande que qualquer caboclo doido quis gravar um. De apresentadores de TV toscos (como o Gilberto Barros) até a Mulher Melancia, qualquer pequeno excesso de popularidade dá motivo para gravar um disco.
Agora, a coisa ficou mais feia: o hype do momento é gravar DVD. Qualquer dupla sertaneja recém-formada grava um DVD logo após darem a luz ao primeiro CD. E no DVD eles tocam TODO o CD e incluem uns 20 covers pra tapar buraco. E a situação é ainda mais bizarra com bandas de axé-forró-micareta: gravam um DVD com 3 ou 4 músicas próprias, e todo o resto é cover de hits que esteja fazendo sucesso naquele mês.
Falando em forró-axé-micareta, essas bandas são muito engraçadas. Elas não fazem questão alguma de esconder que só tocam por dinheiro e são extremamente pretenciosas. Primeiro pela qualidade musical de suas composições, que sempre tentam imitar a banda do momento (ou fazem uma versão em português de algum hit gringo). Segundo, o repertório de cada uma é muito limitado. Veja a explicação matemática:



Acima vemos a representação de repertório de cada uma em forma de conjuntos (lembram disso das aulas de matemática?). Temos 3 bandas, que chamaremos simbolicamente de A(sa de Águia), B(abado Novo) e C(hiclete com Banana). A parte rosa representa as músicas que as 3 bandas tocam. As partes em cinza são as músicas em comum entre 2 bandas. E a parte branca, que não representa nem 50% do repertório, são as músicas próprias.
Isso é tosco. Mas vende que é uma beleza.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Conceito #2

O Led Zeppelin já havia feito referências sutis ao Senhor dos Anéis na música "Battle of Evermore", mas foi o Blind Guardian que homenageou explicitamente as obras de J.R.R. Tolkien. Com músicas chamadas "Lord of the Rings", "The Hobbit", "Gandalf The Magician", "Gandalf's Rebirth" e "By The Gates of Moria", não é a toa que esses alemães foram intitulados de Bardos.
Em 1998, fizeram uma de suas obras-primas: Nightfall In Middle-Earth. É um álbum conceitual sobre O Silmarillion, obra de J.R.R. Tolkien que conta a criação do mundo e o romance entre Beren e Luthien. Tudo se passa antes de O Hobbit e de O Senhor dos Anéis, por isso é uma espécie de complemento da mitologia da Terra-Média.
O Blind Guardian vai muito além do metal melódico do Helloween e Stratovarius. Suas músicas são pesadas, rápidas, harmoniosas, quase cinematógráficas. E isso se confirma ainda mais no disco seguinte, A Night At The Opera, onde o nível das composições estão em um nível absurdamente alto, uma verdadeira orquestra de metal épico.
Apesar disso, eu ainda prefiro o Imaginations From The Other Side.

BAIXAR DISCOS DO BLIND GUARDIAN

Ariano Suassuna no punk rock?

Nesse vídeo, o mestre Suassuna dá seu depoimento de quando um cara tentou convertê-lo ao punk rock: