terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O novo progressivo

Gosto muito do rock progressivo, apesar de não conhecer a fundo muitas bandas. Os exemplos de praxe são Pink Floyd, Jethro Tull, King Crimson e Yes. Mas existe uma banda que, desde a primeira audição, me mostrou uma sonoridade única, fora dos padrões. O nome da criança é "A Perfect Circle". Banda relativamente nova (surgiu no final da década de 90), mistura elementos característicos do progressivo e do experimentalismo, e uma dose de rock, claro. Um ponto forte é o baixo com alto destaque, coisa que ocorre com uma minoria. As notas graves deixam as músicas bem carregadas, pesadas, arrastadas, mas ao mesmo tempo com uma levada suave (isso é possível?). A combinação dos instrumentos, somados ao vocal único e fantástico de Maynard James Keenan, trazem um estilo de música muito bem trabalhado, mas não muito difícil de assimilar. Dos 3 discos, o que eu mais gosto - e creio ser o de melhor assimilação - é o Thirteenth Step. Baixem esse disco, e se gostarem, ouçam o resto (inclusive um disco de covers MUITO interessante, que contém uma versão de Imagine, do John Lennon).
Só pra finalizar: Maynard James Keenan também é fundador da banda Tool, que é ainda mais experimental que o APC.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Rótulos

Lá pelos idos de 2003...

Amigo: Eu tava vendo na internet algumas coisas sobre o Red Hot (Chilli Peppers), e eu encontrei qual o estilo que eles tocam.
Eu: É mesmo? Qual é?
Amigo (com aquele ar de alegria): Funk-metal-alternative-pop-rock.
Eu: Uau...


Por essas e outras que eu passei a dar menos valor pros rótulos musicais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A primeira overdose a gente nunca esquece...


Dentre todas as vibrações mecânicas incididas no meu interior auricular, interpretadas ou não pelo meu cérebro, existe uma que parece conhecer os caminhos exatos dessa caverna de ossos cartilagens.
Quando capturado por uma agulha de fios de metal o som, gravado em sulcos hiperbólicos voa em ondas por toda a sala. Acumula-se por todos os cantos, e no meu ouvido toda essa babozeira começa fazer sentido.
Futucar os armários do papai sempre me foi uma descoberta, como todos aqueles discos. Todos aqueles desenhos, monstros, guitarras, roupas e uma disputa entre tamanhos de cabelo e bigode. Não sabia pronunciar metade daqueles nomes.
Montei tudo, não deixei faltar nada. E claro, aquele com o encarte mais bonito teve a honra de ter as teias de aranhas arrancadas primeiro.
Os martelos em fila, pessoas distorcidas e um "homem-bunda” enorme na contra capa me encantaram.
Sentei, e cada vez a música parecia aumentar sozinha, logo depois diminuía...
Espalhava-se por todos os cantos. Acariciava-me, depois me jogava da cadeira com um susto. Hora pesado, hora leve...
Mas sempre intenso. Muita tensão. Como uma guerra. Não sei porque, mas imaginava infinitos soldados marchando e cantarolando com suas posições verticais em armas.
Aviões, e pessoas falando no meio da música, eu já estava assustado, eufórico. Não devia ter apagado a luz...
Enfim, tudo parou, do nada. Uma voz de criança disse algo, não sei o que era, apenas que era bom. E todo aquele bem estar...
Não durou muito, eles começaram a gritar novamente, dessa vez eu tive medo...
É como se o helicóptero caísse ali, bem ao meu lado, e as balas passassem sobre a minha cabeça.
Depois o som das hélices foi abaixando e com elas as distorções... e eu como elas.
Estiquei os ouvidos, e procurei um barulho, um ruído... logo veio um que pude compreender mesmo que apenas uma palavra: “...mother...”.
Respirei profundamente...
Foi o meu primeiro porre de Pink Floyd.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Never Too Old to Rock´n Roll

Há exatamente doze anos atrás, quando eu assinava revistinhas da Turma da Mônica, a editora mandou de presente quatro CDs: um de Jazz, um de Country, um de MPB e, finalmente, um de Rock. É desse último que gostaria de falar. Simplesmente foi o início de tudo pra mim. Eu tinha oito anos de idade, e um dia resolvi pegar esse CD pra ouvir, porque tinha ouvido dizer que Rock era um som maneirão. Coloquei pra tocar e mal acreditei no que ouvia. Olha só o repertório:

1: Bill Haley and the Comets - Rock Around the Clock (clássico)
2: Jerry Lee Lewis - Great Balls of Fire (talvez ele tenha sido melhor que o Elvis)
3: Trini Lopez - If I Had A Hammer (uma vez Homer Simpson cantou um trecho dessa)
4: Chubby Checker - Let's Twist Again (eu sempre imaginei que o cantor dessa música fosse um cara igual ao Tim Maia, não sei por que)
5: The Beach Boys - Surfin' Safari (lindo)
6: Herman's Hermits - No Milk Today (estou tocando muito essa música nos últimos dias)
7: Mungo Jerry - Summertime (viciante!)
8: The Mamas & The Papas - California Dreamin' (farofa da boa)
9: The Troggs - Wild Thing (letra bem melosa, como muitos outros rocks antigos. Os Rolling Stones já gravaram essa música)
10: Sam the Sham & The Pharaohs - Wooly Bully (tem um inesquecível e curioso "One, two, três, quatro" no início)
11: Steppenwolf - Born to be Wild (desde a primeira audição tornou-se uma de minhas músicas preferidas, o que não mudou até hoje)
12: Tommy James & The Shondells - Mony Mony (o refrão dessa música foi plagiado por alguma música country ou pop, só não me lembro qual, mas acho que foi alguma regravada por Sandy e Júnior)
13: The Equals - Baby Come Back (anos 60 puro isso aí. Inspirou The Clash)
14: Three Dog Night - Try A Little Tenderness (odiei essa música por muito tempo, pois não era "paulera" igual à maioria das outras do disco. Mas é bem legal)
15: Lex Vandyle - Cocaine (versão sem vocais do clássico de Eric Clapton. O vocal foi substituído por uma guitarra. Arrisco dizer que ficou mais legal que a versão original)
16: Little Richard - Long Tall Sally (até os Beatles já gravaram essa música. Um dos primórdios do Rock)
17: Chuck Berry - Sweet Little Sixteen (foi descaradamente copiado. Só como exemplo, é só ouvir a parte instrumental das faixas 1 e 16 desse mesmo CD)
17: Leroy Gomez & Santa Esmeralda - Don't Let Me Be Misunderstood (música meio estilo cigano. Excelente e muito bem trabalhada com seus belíssimos violões e seus fantásticos 14 minutos de duração)

Tenho esse CD até hoje. Inclusive, ouvi ele umas 2 vezes na última semana. É aquela velha história: o que é bom nunca morre, apesar do CD estar bastante arranhado.